terça-feira, 27 de julho de 2010

Nada é impossível de mudar

Desconfiai do mais trivial,
na aparência singelo.
E examinai, sobretudo,
o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada,
de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural
nada deve parecer impossível de mudar.

Bertold Brecht.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Mais um!

"Por isso hoje eu acordei com uma vontade danada de mandar flores ao delegado, de bater na porta do vizinho e desejar bom dia, de beijar o português da padaria..."

- Me dê a mão vamos sair pra ver o sol!

terça-feira, 20 de julho de 2010

http://www.youtube.com/watch?v=GYJZNesD_M8

XV

Gosto de ti calada porque estás como ausente,

e me ouves de longe, e esta voz não te toca.
Parece que os teus olhos foram de ti voando
e parece que um beijo fechou a tua boca.

Como todas as coisas estão cheias da minha alma
tu emerge das coisas, cheia da alma minha.
Borboleta de sonho, pareces-te com a minha alma,
e pareces-te com a palavra melancolia.

Gosto de ti calada e estás como distante.
E estás como queixando-te, borboleta em arrulho.
E ouves-me de longe, e esta voz não te alcança:
vais deixar que eu me cale com o silêncio teu.

Vais deixar que eu te fale também com o teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um anel.
Tu és igual à noite, calada e constelada.
O teu silêncio é de estrela, tão longínquo e tão simples.

Gosto de ti calada porque estás como ausente.
Distante e dolorosa como se houvesses morrido.
Uma palavra então, um teu sorriso bastam.
E eu estou alegre, alegre porque não é verdade.

Pablo Neruda - Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada

domingo, 11 de julho de 2010

Queria poder reinventá-la. Mudar o tom, fazê-la ter um novo sentido, uma nova cadência. Ela podia ser cantada por nós dois, mais uma vez. Eu te convidaria pra uma contradança, e no compasso nos encontrariamos. Seriamos um par, enfim. E mesmo com as notas erradas, os desafinos, talvez ela soasse bem aos ouvidos. Talvez eles peçam bis.





"Deixa que ela fala por si só. E nos acordes ela nos movimenta e motiva, a acreditar que pode dar certo."