domingo, 18 de maio de 2014

Compro imagens. Os designers me ganham com embalagens e rótulos. O contraste de cores me faz escolher por uma poupa de tomate ou outra.

Não, desculpa. Não estou te comparando a uma poupa de tomate. Não, você não é uma mercadoria na estante. É só que foi sua imagem que me roubou. O ar. O tempo. A atenção.

E eu me peguei admirando suas linhas. Mirando fotos. Te levei pro sonho. Te contei segredos.
Te guardei no carnaval, morte mexicana. Dourada sobre as pedras do Rio. Descolorida em qualquer lugar do mundo.

Sim, eu fugiria de mim se fosse você. Pareço uma louca. Ou aos 13.
Nunca ouvi sua voz, nunca apertei seu corpo contra o meu, nunca senti seus dedos. E a quero.

Quero a imagem que construi de você. Verdadeira? Não sei. Colei seu olhos, sua boca, frases soltas, seu corpo em movimento. E criei. Imaginei. Dança de lábios, línguas sobre curvas.

E te diria: você me fez conhecer. Me fez descobrir que eu não sabia de mim. Me despertou.
Parece clichê. Frase feita de lugar comum. Mas é a verdade que eu gostaria de te contar. Um dia.


domingo, 20 de abril de 2014

A pequena Morte

Não nos provoca riso o amor quando chega ao mais profundo de sua viagem, ao mais alto de seu vôo: no mais profundo, no mais alto, nos arranca gemidos e suspiros, vozes de dor, embora seja dor jubilosa, e pensando bem não há nada de estranho nisso, porque nascer é uma alegria que dói. Pequena morte, chamam na França a culminação do abraço, que ao quebrar-nos faz por juntar-nos, e perdendo-nos faz por nos encontrar e acabando conosco nos principia. Pequena morte, dizem; mas grande, muito grande haverá de ser, se ao nos matar nos nasce. 

Eduardo Galeano

Verdades sobre o amor:

 "Eu não sou sua alma gêmea, sua tampa da panela, sua metade da laranja, o cordão do seu pingente, o arroz do seu feijão, o parafuso da sua porca, o Ying do seu Yang, a peça que faltava no seu quebra-cabeças ou a tampa da sua bic.

Eu não te completo, você não me completa. Eu vivo sem você e você vive sem mim. Você não é minha felicidade nem eu sou a sua. Eu não sou seu par perfeito, seu alguém no mundo, seu amor de outras vidas, eu não sou tudo o que faltava para você ser feliz. Eu não sou nada do que faltava para você ser feliz.

Eu não sou o seu Romeu, nem o mocinho da novela das oito, nem aquela voz do rádio que embalou seus sonhos de amor adolescentes, nem seu príncipe encantado.

Eu não sou seu, você não é minha, e que bom que a gente gosta disso.

Porque é negando que seremos muito mais que todo esse melodrama que a gente inventou para dar mais sentido à nossa vida, que a gente criou para tentar se encontrar no outro, e olha só quanta ironia, foi justamente aí que a gente acabou se perdendo.

Calma, a culpa não é sua, a culpa não é minha. É de Shakespeare, é do Ivan Lins, é dos cantores românticos, é do Manoel Carlos, é da tragédia grega, é das comédias românticas e de qualquer um que colaborou para criar e disseminar essa ideia falsa do amor perfeito pertencente, dependente, doentio.

Estamos livres dessas grades e correntes. E livres, se cá estamos é porque cá queremos estar.

E melhor: estamos livres da ideia de perfeição que tanto assombra e afasta as pessoas.

Seremos os dois, errantes, incompletos, verdadeiros.

Faremos do dois, três: o eu, o você, o nós.

E eu te garanto: é ainda mais lindo assim, quando é imperfeito.

Quer apostar?"


Mateus Melo

sábado, 29 de março de 2014

Soy América Latina!


Soy,
Soy lo que dejaron,
soy toda la sobra de lo que se robaron.
Un pueblo escondido en la cima,
mi piel es de cuero por eso aguanta cualquier clima.
Soy una fábrica de humo, ...
mano de obra campesina para tu consumo.
Frente de frio en el medio del verano,
el amor en los tiempos del cólera, mi hermano.
El sol que nace y el día que muere,
con los mejores atardeceres.
Soy el desarrollo en carne viva,
un discurso político sin saliva.
Las caras más bonitas que he conocido,
soy la fotografía de un desaparecido.
Soy la sangre dentro de tus venas,
soy un pedazo de tierra que vale la pena.
Soy una canasta con frijoles,
soy Maradona contra Inglaterra anotándote dos goles.
Soy lo que sostiene mi bandera,
la espina dorsal del planeta es mi cordillera.
Soy lo que me enseño mi padre,
el que no quiere a su patria no quiere a su madre.
Soy América latina,
un pueblo sin piernas pero que camina.

Tú no puedes comprar al viento.
Tú no puedes comprar al sol.
Tú no puedes comprar la lluvia.
Tú no puedes comprar el calor.
Tú no puedes comprar las nubes.
Tú no puedes comprar los colores.
Tú no puedes comprar mi alegría.
Tú no puedes comprar mis dolores.

Tengo los lagos, tengo los ríos.
Tengo mis dientes pa` cuando me sonrío.
La nieve que maquilla mis montañas.
Tengo el sol que me seca y la lluvia que me baña.
Un desierto embriagado con bellos de un trago de pulque.
Para cantar con los coyotes, todo lo que necesito.
Tengo mis pulmones respirando azul clarito.
La altura que sofoca.
Soy las muelas de mi boca mascando coca.
El otoño con sus hojas desmalladas.
Los versos escritos bajo la noche estrellada.
Una viña repleta de uvas.
Un cañaveral bajo el sol en cuba.
Soy el mar Caribe que vigila las casitas,
Haciendo rituales de agua bendita.
El viento que peina mi cabello.
Soy todos los santos que cuelgan de mi cuello.
El jugo de mi lucha no es artificial,
Porque el abono de mi tierra es natural.

Tú no puedes comprar al viento.
Tú no puedes comprar al sol.
Tú no puedes comprar la lluvia.
Tú no puedes comprar el calor.
Tú no puedes comprar las nubes.
Tú no puedes comprar los colores.
Tú no puedes comprar mi alegría.
Tú no puedes comprar mis dolores.

Você não pode comprar o vento
Você não pode comprar o sol
Você não pode comprar chuva
Você não pode comprar o calor
Você não pode comprar as nuvens
Você não pode comprar as cores
Você não pode comprar minha felicidade
Você não pode comprar minha tristeza

Tú no puedes comprar al sol.
Tú no puedes comprar la lluvia.
(Vamos dibujando el camino,
vamos caminando)
No puedes comprar mi vida.
MI TIERRA NO SE VENDE.

Trabajo en bruto pero con orgullo,
Aquí se comparte, lo mío es tuyo.
Este pueblo no se ahoga con marullos,
Y si se derrumba yo lo reconstruyo.
Tampoco pestañeo cuando te miro,
Para q te acuerdes de mi apellido.
La operación cóndor invadiendo mi nido,
¡Perdono pero nunca olvido!

(Vamos caminando)
Aquí se respira lucha.
(Vamos caminando)
Yo canto porque se escucha.

Aquí estamos de pie
¡Que viva Latinoamérica!

No puedes comprar mi vida.

 

sábado, 22 de março de 2014

Fome de tudo

Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda.

(Clarice Lispector)

quarta-feira, 12 de março de 2014

Correr mundo

Você tem que saber que eu quero correr mundo
Correr perigo
Eu quero é ir-me embora
Eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo

Todo dia.


Você não entende nada - Caê

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Sobre o fim de uma paixão

É só isso
Não tem mais jeito
Acabou, boa sorte
Não tenho o que dizer
São só palavras
E o que eu sinto
Não mudará
Tudo o que quer me dar
É demais
É pesado
Não há paz
Tudo o que quer de mim
Irreais
Expectativas
Desleais
Tudo o que quer me dar
É demais
É pesado
Não há paz
Tudo o que quer de mim
Irreais
Expectativas
Desleais
Mesmo se segure
Quero que se cure
Dessa pessoa
Que o aconselha
Há um desencontro
Veja por esse ponto
Há tantas pessoas especiais

Um bom encontro é de dois!

Vanessa da Mata - Boa Sorte