Sushi, chá bar
E esse seu jeito de falar
Cantar, dançar, olhar pra mim
Viver é não ter que transplantar…
Doar sangrar trocar chamar pedir mostrar mentir falar justificar no
cais chorando não sou eu quem vai ficar dizendo adeus batucada macaco no
seu galho da roseira em flor da laranjeira amor é choradeira horror a
vida inteira à beira da loucura e a dor e a dor e a dor e a dor…
Sushi - Tulipa Ruiz
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
domingo, 20 de outubro de 2013
Isadora
Descalça, despida, envolvida apenas pela bandeira Argentina, Isadora Duncan dança o hino nacional.
Comete esta ousadia numa noite de 1916, num café de estudantes de Buenos Aires, e na manhã seguinte todo mundo sabe: o empresário rompe o contrato, as boas famílias devolvem suas entradas ao Teatro Colón e a imprensa exige a expulsão imediata desta pecadora norte-americana que veio à Argentina para macular os símbolos pátrios.
Isadora não entende nada. Nenhum francês protestou quando ela dançou a Marselhesa com um xale vermelho como traje completo. Se é possível dançar uma emoção, se é possível dançar uma ideia, porque não se pode dançar um hino?
A liberdade ofende. Mulher de olhos brilhantes, Isadora é inimiga declarada da escola, do matrimônio, da dança clássica e de tudo aquilo que engaiole o vento. Ela dança porque dançando goza, e dança o que quer, quando quer e como quer, e as orquestras se calam frente à música que nasce do seu corpo.
- Eduardo Galeano, Mulheres
Acho que foi dela que herdei esse brilho nos olhos, essa mania de pés descalços e música no corpo.
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