terça-feira, 2 de novembro de 2010

Escolhas me doem. Doem porque eu sempre tenho a forte impressão, que a outra é melhor, que eu errei na decisão. Eu penso demais, é o que todos dizem. Eu anseio demais. Há insegurança demais.
Penso por todos os lados, todos os afetados. Mudo de planos pra não machucar, o outro, o você. E me machuco. Insatisfação. Essa vontade insaciável, essa busca de não-sei-o-quê.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Queremos saber

"Queremos saber,
Queremos viver
Confiantes no futuro
Por isso se faz necessário prever
Qual o itinerário da ilusão
A ilusão do poder"

Gilberto Gil
Eu gosto do cheiro que a tua pele exala, é natural, é teu, não se encontra em fragância nenhuma, mistura de pós-banho com suor humano. Gosto desse cuidado, preocupação até excessiva, que transmite uma segurança ímpar, um bem querer, olhos sempre presentes. E do teu abraço, do braço viril que contorna todo meu corpo, que protege, me ergue, abrigo. Esse oposto que me atrai.
Cinema, antimatéria. Literatura, quântica.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Pra não passar agosto esperando setembro!

Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu - sem o menor pudor, invente um.

Caio F. Abreu

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Mire e veja: o mais importante e bonito do mundo, é isso: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam.

Guimarães Rosa

terça-feira, 27 de julho de 2010

Nada é impossível de mudar

Desconfiai do mais trivial,
na aparência singelo.
E examinai, sobretudo,
o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada,
de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural
nada deve parecer impossível de mudar.

Bertold Brecht.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Mais um!

"Por isso hoje eu acordei com uma vontade danada de mandar flores ao delegado, de bater na porta do vizinho e desejar bom dia, de beijar o português da padaria..."

- Me dê a mão vamos sair pra ver o sol!

terça-feira, 20 de julho de 2010

http://www.youtube.com/watch?v=GYJZNesD_M8

XV

Gosto de ti calada porque estás como ausente,

e me ouves de longe, e esta voz não te toca.
Parece que os teus olhos foram de ti voando
e parece que um beijo fechou a tua boca.

Como todas as coisas estão cheias da minha alma
tu emerge das coisas, cheia da alma minha.
Borboleta de sonho, pareces-te com a minha alma,
e pareces-te com a palavra melancolia.

Gosto de ti calada e estás como distante.
E estás como queixando-te, borboleta em arrulho.
E ouves-me de longe, e esta voz não te alcança:
vais deixar que eu me cale com o silêncio teu.

Vais deixar que eu te fale também com o teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um anel.
Tu és igual à noite, calada e constelada.
O teu silêncio é de estrela, tão longínquo e tão simples.

Gosto de ti calada porque estás como ausente.
Distante e dolorosa como se houvesses morrido.
Uma palavra então, um teu sorriso bastam.
E eu estou alegre, alegre porque não é verdade.

Pablo Neruda - Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada

domingo, 11 de julho de 2010

Queria poder reinventá-la. Mudar o tom, fazê-la ter um novo sentido, uma nova cadência. Ela podia ser cantada por nós dois, mais uma vez. Eu te convidaria pra uma contradança, e no compasso nos encontrariamos. Seriamos um par, enfim. E mesmo com as notas erradas, os desafinos, talvez ela soasse bem aos ouvidos. Talvez eles peçam bis.





"Deixa que ela fala por si só. E nos acordes ela nos movimenta e motiva, a acreditar que pode dar certo."

domingo, 23 de maio de 2010

Aqui parece esquecido, não? Não é por falta de inspiração que não surge nada de novo. Tudo que escrevo, apago, rasgo, amaço, vai ao lixo.. Por não gostar das palavras escolhidas,das personagens, dos fatos, dos demônios que exorciso no papel, dos eu que encontro entre as linhas. Não me reconheço, nem a do espelho, nem a que enxergo intimamente. Estou ranzinza, me chateio com coisa pouca e os pequenos problemas parecem grandes. Cadê a boba que nunca se esquenta, que perdoa fácil, que se magoa, mas vê o lado bom de tudo? Está perdida, e de certa forma cansei de procurar, quero que ela ressurja, assim como foi, e rapidamente. Mas há ainda uma coisa constante, essa mesmice e preguiça de ser, reclamo de como estou e não me trago a mudança, ou não sei como trazê-la. Parei pra pensar, ontem, antes de adormecer, no meio do choro.. E tudo isso parece coisa de criança, quero atenção, de todos, dos ausentes, dos que não mandam notícia, dos que parecem alheios e até mesmo dos que ainda não chegaram, os que eu espero com ânsia. Não tenho vergonha de adimitir que me sinto só, ultimamente todas as coisas que abrem meus olhos e os fazem brilhar não me deixam entusiasmada. Acho que preciso de um 'Vá, Isadora, vá!', o que vem de dentro não basta!


terça-feira, 30 de março de 2010

Desse jogo sabes muito bem
Já é velho jogador
Sou inicante, pobre perdedora
Desconheço os lances, as pedras e o valor!

Na partida, só te peço um favor:
Não blefe, não me deixe enganada
Não me faça apostar na carta errada!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Se tens sede, vens! Beba deste que é meu copo, mas pode ser também teu, se for da tua vontade. Vem, mas não beberique, não se acanhe, se sacei, beba até a última gota e até não haver mais carecer. Se atreva, ouse, peça um pouco mais, mesmo não sendo preciso, só pra desconcertar, pra cambalear.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Porque nem tudo é doce!

Ainda eram seis da matina, e eles já estavam despertos, já perambulavam pelas ruas, já eram vultos cinza em uma cidade que amanhecia. Ela se mantinha ali, na praça, que agora era seu lar, em frente a uma igreja, de um Deus que ela pouco conhecia, mas temia, porque a condenara àquela vida miserável, e por quem clamava em dias de terror, de horror.
Eram seis da matina, e em frente àquele lugar sacro eles tinham águardentes na mão. Ela bebia, bebia. Bebia para alucinar, para esquecer da noite anterior, pra esquecer que amanhecera e o ventre ainda contraia de fome. Caia, e gargalhava de sua própria queda, e bebia. Mas beber não era suficiente, depois da euforia a fome a maltrataria, a sede tornaria mais forte, a amnésia seria curada.
Ela não queria ter que mendigar, não queria ver o rosto de lástima, de indiferença, de desprezo dos outros, não naquele dia, não queria ter que ver seu sofrimento nos olhos dos outros, parecia ainda maior, ainda mais intenso. A lembrava o quanto era pouco, o quanto pouco tinha, nada. Percebia o quanto sua aparência maltrapilha assustava, seu mau odor repugnava. Pior era saber que a compaixão do outro seria fugaz, bastaria virar a esquina pra ser esquecida, pra ser mais um vintém perdido, uma consciência menos pesada.
Entre os seus, ela era igual. Comutavam das mesmas necessidades, das mesmas mazelas, mas eram peculiares, não eram um só como viam os outros, todos famintos, todos vagabudos, todos indigentes.
Vadia era como muitos a chamavam, e não se envergonhava mais desse título, era mesmo vadia, cheia de maus vícios. Mas seu nome era Maria, como tantas, tinha nome e sobrenome, mas isso pouco importava, ser Silva e Ferreira pouco dizia, não a fazia ter família, casa, origem ou história. Pensar em família era doloroso, trazia fantasmas, melhor deixar pra lá.
O efeito da cachaça passava e a dor crescia, era como se seu êstomago corroesse, teria que mais uma vez deixar o orgulho-vergonha de lado, e ir à luta, pedir uns trocados, tentar trocá-los por algo que enganasse seu corpo, que desse a falsa ideia de saciedade. Então, Maria tornou-se mais um vulto cinza em uma cidade já cheia de cores. E ela não sabia se lamentava pelo novo dia ou agradecia por ainda estar ali, ainda existir.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

De mudança!

"Vê se vem buscar o que
Restou aqui de lembranças
Pois já é hora de pôr recordações para fora"

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Os dias estão incrivelmente quentes, há um sol intenso e nuvens que mais parecem pegadas no céu. Chove de madrugada, como um alívio. É sábado e o calor me desmotiva a sair de casa e aproveitar as coisas divertidas que devem estar acontecendo pela cidade, hoje deixo o verão pra mais tarde!
As aulas começaram e há uma sensação estranha de lugar novo e desconhecido, mesmo sendo a escola que eu frenquento já há alguns anos! Direção nova, professores novos, sala nova com pessoas novas! Sinto a ausência de rostos e abraços! Minha sala é gélida, tão gélida que minha cabeça lateja quando me deparo com a real temperatura natalense das 12h45!
De certa forma já sinto a nostalgia do verão! As férias deixaram ótimas lembranças, o que me faz acreditar que esse será o melhor dos últimos anos! Agora é esperar pelo carnaval e os dias que seguem, ainda me restam 328 dias de 2010!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Abandonado.