"Eu não sou sua
alma gêmea, sua tampa da panela, sua metade da laranja, o cordão do seu
pingente, o arroz do seu feijão, o parafuso da sua porca, o Ying do seu Yang, a
peça que faltava no seu quebra-cabeças ou a tampa da sua bic.
Eu não te completo,
você não me completa. Eu vivo sem você e você vive sem mim. Você não é minha
felicidade nem eu sou a sua. Eu não sou seu par perfeito, seu alguém no mundo,
seu amor de outras vidas, eu não sou tudo o que faltava para você ser feliz. Eu
não sou nada do que faltava para você ser feliz.
Eu não sou o seu Romeu, nem o mocinho da novela das oito, nem aquela voz do rádio que embalou seus sonhos de amor adolescentes, nem seu príncipe encantado.
Eu não sou seu, você não é minha, e que bom que a gente gosta disso.
Porque é negando que seremos muito mais que todo esse melodrama que a gente inventou para dar mais sentido à nossa vida, que a gente criou para tentar se encontrar no outro, e olha só quanta ironia, foi justamente aí que a gente acabou se perdendo.
Calma, a culpa não é sua, a culpa não é minha. É de Shakespeare, é do Ivan Lins, é dos cantores românticos, é do Manoel Carlos, é da tragédia grega, é das comédias românticas e de qualquer um que colaborou para criar e disseminar essa ideia falsa do amor perfeito pertencente, dependente, doentio.
Estamos livres dessas grades e correntes. E livres, se cá estamos é porque cá queremos estar.
E melhor: estamos livres da ideia de perfeição que tanto assombra e afasta as pessoas.
Eu não sou o seu Romeu, nem o mocinho da novela das oito, nem aquela voz do rádio que embalou seus sonhos de amor adolescentes, nem seu príncipe encantado.
Eu não sou seu, você não é minha, e que bom que a gente gosta disso.
Porque é negando que seremos muito mais que todo esse melodrama que a gente inventou para dar mais sentido à nossa vida, que a gente criou para tentar se encontrar no outro, e olha só quanta ironia, foi justamente aí que a gente acabou se perdendo.
Calma, a culpa não é sua, a culpa não é minha. É de Shakespeare, é do Ivan Lins, é dos cantores românticos, é do Manoel Carlos, é da tragédia grega, é das comédias românticas e de qualquer um que colaborou para criar e disseminar essa ideia falsa do amor perfeito pertencente, dependente, doentio.
Estamos livres dessas grades e correntes. E livres, se cá estamos é porque cá queremos estar.
E melhor: estamos livres da ideia de perfeição que tanto assombra e afasta as pessoas.
Seremos os dois, errantes, incompletos, verdadeiros.
Faremos do dois, três: o eu, o você, o nós.
E eu te garanto: é ainda mais lindo assim, quando é imperfeito.
Quer apostar?"
Mateus Melo
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