Compro imagens. Os designers me ganham com embalagens e rótulos. O contraste de cores me faz escolher por uma poupa de tomate ou outra.
Não, desculpa. Não estou te comparando a uma poupa de tomate. Não, você não é uma mercadoria na estante. É só que foi sua imagem que me roubou. O ar. O tempo. A atenção.
E eu me peguei admirando suas linhas. Mirando fotos. Te levei pro sonho. Te contei segredos.
Te guardei no carnaval, morte mexicana. Dourada sobre as pedras do Rio. Descolorida em qualquer lugar do mundo.
Sim, eu fugiria de mim se fosse você. Pareço uma louca. Ou aos 13.
Nunca ouvi sua voz, nunca apertei seu corpo contra o meu, nunca senti seus dedos. E a quero.
Quero a imagem que construi de você. Verdadeira? Não sei. Colei seu olhos, sua boca, frases soltas, seu corpo em movimento. E criei. Imaginei. Dança de lábios, línguas sobre curvas.
E te diria: você me fez conhecer. Me fez descobrir que eu não sabia de mim. Me despertou.
Parece clichê. Frase feita de lugar comum. Mas é a verdade que eu gostaria de te contar. Um dia.
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